O Brasil registrou quase 6 casos de antissemitismo por dia em 2024, segundo um relatório recente. Ao todo, foram contabilizadas 886 denúncias, um número seis vezes maior em comparação com o mesmo período anterior.
Os dados são da segunda edição do Relatório de Antissemitismo no Brasil, organizado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), com a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e o Departamento de Segurança Comunitária (DSC). O relatório foi divulgado em um evento no Clube Hebraica, em São Paulo, nesta terça-feira (11).
Claudio Lottenberg, presidente da Conib, expressou preocupação com a normalização da intolerância. Ele afirmou: “Nós estamos indo para o caminho no qual a intolerância está se normalizando e isso é muito ruim”. Ele acredita que a atual sociedade polarizada e intolerante é cultural e deve ser combatida.
O levantamento contabiliza atos de antissemitismo de agressão verbal e física contra membros da comunidade judaica nas ruas e no entorno de sinagogas, além de vandalismo (pichações, adesivagem e cartazes antissemitas e nazistas) e apologia (distribuição de panfletos, jornais e cartazes pedindo o fim do Estado de Israel ou com tropos antissemitas genéricos). Além disso, a violência on-line foi levada em consideração.
A pesquisa ainda mostra que os ataques à comunidade judaica cresceram nas redes sociais — foram mais de mil em 2023, crescimento de mais de 400% na comparação com o ano anterior. O Instagram concentrou a maioria dos casos no Brasil (43%), seguido pela plataforma X (32%).
Entre 1º de outubro e 31 de dezembro do ano passado, o Brasil contabilizou 1.119 denúncias de antissemitismo – cerca de 12 por dia –, um aumento de quase 800% sobre as 125 denúncias do mesmo período. O crescimento dos casos contra a comunidade judaica foi desencadeado pelo ataque de Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, de acordo com o estudo.