Bumbá vermelho e branco apresentou projeto de arena com a participação de lideranças indígenas e quilombolas

Na tarde desta quinta-feira, 26, o boi Garantido apresentou à imprensa e demais convidados, o projeto “Boi do Povo, Boi do Povão”. A coletiva aconteceu no Curral do Garantido, localizado na Cidade Garantido, localizado na Zona Norte de Parintins. O evento teve início às 18h e contou com a participação de itens oficiais, lideranças indígenas e quilombolas, bem como a atual gestão do bumbá, sob o comando de Fred Góes e Marialvo Brandão.
O evento contou com a abertura do vice-presidente do boi Marialvo Brandão que exortou o projeto de arena e o trabalho de seus companheiros de galpão. “Quero aqui agradecer meus companheiros de arte que estão no galpão construindo esse projeto que nasceu em outubro do ano passado e que vem sendo construindo por artistas que dão a vida pelo Garantido, eu mesmo sou um deles porque passei 34 anos dentro dos galpões e sei o trabalho que é construir um espetáculo de boi’, destacou.
Na sequência o presidente do boi Fred Góes fez uso da palavra e declarou que o Garantido irá fazer a diferença em 2025. “No ano de 1999 o Garantido marcou uma mudança no festival e isso vai voltar a acontecer em 2025, quando iremos dar uma virada de chave e marcar o início de um novo formato no festival de Parintins”, previu o dirigente encarnado. “Vamos fazer um boi grandioso que vem para arrancar o título que a galera vermelha e branca espera”, finalizou.
O manto questionado
Logo após lideranças Tupinambá do Pará e da Bahia, presentes questionaram o “manto” apresentado na coletiva do boi Caprichoso, na noite de quinta-feira, 25. “O Manto Tupinambá é sagrado e ele está no Rio de Janeiro. Não existe outro manto com essa simbologia até porque, o Manto Tupinambá é vermelho!”, declarou a cacica Jomá Poty, do povo Tupinambá de Olivença, na Bahia.
Apresentação do projeto
Após a falas quilombolas e indígenas, o antropólogo e membro da Comissão de Artes, Alvatir Carolino, apresentou o projeto de arena do vermelho e branco. “Na primeira noite vamos abrir com o subtema ´Somos o Povo da Floresta’, com a Celebração Folclórica ‘Somos o Povo da Floresta’”, iniciou. “Logo após iremos apresentar a Lenda Amazônica ‘TapyraÝawara’, na sequencia apresentaremos a Figura Típica Regional ‘Povo Negro da Amazônia’ e para fechar a noite, exibiremos o Ritual Indígena ‘Moyngo – A iniciação Maragareum’”, informou.
“Para a segunda noite apresentaremos o subtema “Garantido, Patrimônio do Povo”. Abriremos com a Celebração “Terra Brasileira”, depois será a Lenda Amazônica “A Lendária Epopeia de Tamapu” e prosseguindo, vamos de Figura Típica Regional ‘Tacacazeira da Baixa’”, explanou Alvatir. “Para encerrar vamos fechar a segunda noite com o Ritual Indígena “Ritual Ajié”, uma cosmovisão do povo Kulina”, explicou.
E para concluir, Carolino apresentou o subtema “Garantido, o Boi do Brasil” para fechar as três noites de espetáculo do Boi da Baixa de São José. “Vamos abrir coma Celebração ‘Bois do Brasil’, depois viremos com a Lenda Amazônica ‘Deusa das águas’. Na sequência a Figura Típica Regional ‘Artesã Indígena’ e para fechar com chave de ouro o espetáculo ‘Boi do Povo, Boi do Povão’, apresentaremos o Ritual Indígena ‘Ritual Bahsesé’”, detalhou. “Esse é o projeto que nos trará o título de número 33 para a Baixa de São José”, finalizou Alvatir Carolino.