A toada do Boi Caprichoso, conhecida popularmente como “Malu Dudu”, tem liderado o “top músicas exclusivamente populares em Manaus”, em quantidade de reproduções, ocupando o primeiro lugar na capital amazonense no Spotify.

Com mais de 400 mil plays na plataforma de streaming. A toada é um dos sucessos do álbum “Cultura – O Triunfo do Povo” do Boi Caprichoso, na temporada de 2024. Apesar da toada aparecer como “Malu Dudu” nas buscas do Google, a escrita correta é “Málúú Dúdú”.

O que é “Mállúù Dúdú”?

Málúù dúdú é a tradução literal de “vaca preta” em iorubá, segundo o Google tradutor. A tradução de touro ou boi seria “akọmalu” (“akọ màlúù”).

A palavra de origem africana, na toada, o termo é usado para exaltar o Caprichoso como símbolo da “força e magia da cultura afro-brasileira”.

Além disso, em descrição a Letras, é exposto que a música também “faz referência aos instrumentos tradicionais, como atabaques e agogôs, e ao alabê”. Para a agremiação, a toada simboliza a participação do Caprichoso na luta afro.

Desse modo, com “a ponta do chifre é a lança que avança”, busca-se exaltar a resistência da cultura dos povos africanos.

Sobre a toada

Málúú Dúdú é uma composição de Adriano Aguiar, Gean Souza e Tomaz Miranda. A produção conta, ainda, com Bennett Carlos, Neil Armstrong, Neil Armstrong Júnior e Valdenor Filho.

O compositor Adriano Aguiar compõe toadas há 17 anos, tendo mais de 80 composições gravadas sendo assim conhecido por trazer muitos hits para o festival de Parintins como Sentimento Caprichoso, Pode Avisar, Povo Festeiro da Ilha, entre outras.

Aguiar conta que a inspiração veio do próprio Boi Caprichoso que desde 2018, ressalta a pintura, os grafismos e o simbolismo afro, evoluindo em uma das noites com uma de suas composições, Boi de Negro.

Durante a viagem do Caprichoso a Salvador – BA, observando encontro de culturas, a imagem do boi no Pelourinho, as batidas percussivas da música afro, ali por perto o vovô do IIeaê, Carlinhos Brown e aquilo começou a vir e a dizer porque não fazer uma toada de evolução.

Adriano deixa claro que Málúú Dúdú não foi projetado para ser um hit, foi feita para uma noite de evolução do Boi Caprichoso

“Que fique claro que não foi uma toada para se explodir e virar uma toada de galera, era uma toada de evolução, pro caprichoso dançar só a segunda noite e dá um descanso pro Boi de Negro, foi mais estratégico.”

O compositor explica o sentido da toada que traz a luta contra o racismo e a intolerância que o Bumbá defende ao decorrer da história do boi.

“Misturar toda ancestralidade, ligar ao tambor que é o instrumento universal, por isso que eu falo da pele do tambor, da pele negra das pessoas que fizeram o Caprichoso, do couro do Caprichoso e do avó do Alexandre Azevedo que rezava a pele do tambor, então é uma ligação muito forte, e também com mensagens do racismos e da intolerância, dizer que nosso boi está aqui firme nessa luta, que o boi é agbara e também utilizar o dialeto Iorubá, as pessoas vão pesquisar e acabam mergulhando em outra cultura”, conclui.

Adriano conta que em suas toadas costuma usar a primeira pessoa e coloca em cada uma delas o seu sentimento de ser torcedor azulado.

“Eu costumo colocar as minhas toadas na primeira pessoa, porque eu coloco nela o meu sentimento, que é o sentimento do torcedor, é o sentimento da pessoa que estar por dentro do que está acontecendo, do que está vivendo e não o compositor que pega uma sinopse e vai só para compor, não, eu já estou lá, para mostrar ao povo esse sentimento através de toadas”, finalizou.

Informação: Bárbara Fernandes/

Málúù Dúdú – Boi Preto

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú

Couro de veludo, negro como a noite

Astro fumegante, boi de encantaria

Brinquedo que gira na roda, fantasia

Símbolo do povo, arauto da cultura

Filho do quilombo que nasceu na rua

Ginga lê-lê

No batuque do tambor

Atabaques e agogô

Tambor de couro

Pele feita no calor

Rodopia no terreiro

Boi de santo brasileiro

Trovão se ouve

Foi meu preto que urrou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Alabê, tocou tambor

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Na batida do tambor

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Alabê, tocou tambor

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Na batida do tambor

A ponta do chifre é a lança que avança

Contra o racismo e a intolerância

A porteira de opressões não aguenta

Meu boi é Agbara, ninguém enfrenta!

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Alabê, tocou tambor

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Na batida do tambor

Couro de veludo, negro como a noite

Astro fumegante, boi de encantaria

Brinquedo que gira na roda, fantasia

Símbolo do povo, arauto da cultura

Filho do quilombo que nasceu na rua

Ginga lê-lê

No batuque do tambor

Atabaques e agogô

Tambor de couro

Pele feita no calor

Rodopia no terreiro

Boi de santo brasileiro

Trovão se ouve

Foi meu preto que urrou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Alabê, tocou tambor

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Na batida do tambor

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Alabê, tocou tambor

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Na batida do tambor

A ponta do chifre é a lança que avança

Contra o racismo e a intolerância

A porteira de opressões não aguenta

Meu boi é Agbara, ninguém enfrenta!

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou

Málúù girou ôô-hô-ôh-ôu

(Málúù Dúdú, Málúù Dúdú, girou)

(Málúù Dúdú) Málúù Dúdú, girou

Alabê, tocou tambor

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú

Málúù Dúdú, Málúù Dúdú

Boi, boi, boi-boi-boi, êh-êh-êh

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